quinta-feira, 7 de junho de 2012

Como você quer o seu casaco?

Os casacos de peles apresentados na televisão transmitem uma imagem de elegância e riqueza. Tudo se desmorona quando nos apercebemos da horrível morte que foi infligida aos verdadeiros donos destas peles.
Todos os anos, em nome da moda, milhões de animais sofrem uma morte lenta e dolorosa. Dê uma olhadela ao espectáculo de horrores da indústria de peles!
Captura de animais selvagens

A armadilha de mandíbulas é a mais utilizada na captura de animais em vida livre. Este instrumento é accionado quando o animal pisa o sistema de disparo, fazendo com que as mandíbulas de metal se cerrem e o prendam pela pata. Desprovido de alimento, água e qualquer tipo de protecção dos predadores, pelo menos 1 em cada 4 animais rói a própria pata na tentativa desesperada de se libertar. Os que o conseguem fazer acabam por morrer pouco depois em consequência da perda de sangue, de infecção, de fome ou caçados devido à vulnerabilidade face ao predador. Os animais que não conseguem escapar, aguardam em sofrimento durante vários dias ou até mesmo semanas, até que o caçador volte para verificar a sua armadilha e lhes aplique o golpe final, asfixiando-os com os pés. Muitas vezes, os animais não resistem à espera prolongada e morrem de fome, de frio, de desidratação ou atacados por predadores.
Estima-se que todos os anos, pelo menos 5 milhões de animais como cães, gatos, pássaros, esquilos e até mesmo animais de espécies em vias de extinção sejam acidentalmente apanhados, mutilados e mortos nas armadilhas.



Em 1994, um estudo feito nos Estados Unidos concluiu que apenas 4 % do rendimento económico das pessoas que se dedicam a esta actividade provém da armadilhagem. Amadores capturam e matam animais nos seus tempos livres por lazer e para obterem um rendimento adicional.
A arbitrariedade e a crueldade subjacentes a estes métodos levaram 93 estados, entre os quais os que integram a União Europeia, a proibirem a captura de animais com recurso a armadilhas de mandíbulas.

Criação de animais em cativeiro

A criação em quintas industriais não é menos cruel que a captura por armadilhas e está muito longe das idílicas cenas de pastos verdes, onde os animais correm e brincam livremente. Na realidade, os animais passam as suas curtas vidas em pequenas gaiolas no exterior, estando, portanto, expostos às variações climatéricas e às intempéries.
Confinados a um espaço reduzido, os animais que em vida livre costumam ser activos não podem agir de forma natural e instintiva, adquirindo por isso comportamentos nervosos. Do encarceramento a que estão sujeitos, resultam muitas vezes auto-mutilações e canibalismo. O nível de stresse elevado fragiliza o sistema imunitário do animal, levando-o, em cerca de 20 % dos casos, à morte. Muitas raposas desenvolvem o que parece ser um comportamento psicótico, batendo com força nas paredes da gaiola durante todo o dia ao moverem-se furiosamente para um lado e para o outro. Algumas desenvolvem problemas nas patas por ficarem vários meses em pé sobre uma estrutura de arame.
Os animais criados em quintas sofrem de consanguinidade e consequentemente nascem com deficiências como deformação dos órgãos sexuais, hemorragias internas e espasmos no pescoço.
A dieta artificial administrada a estes animais é ainda causadora de problemas digestivos.
Antes de serem transformados em casacos de peles, os animais têm de sofrer uma outra tortura, não menos cruel do que as já experimentadas: a matança. Depois de uma vida passada em condições deploráveis, os animais são electrocutados, asfixiados, envenenados, gaseados ou estrangulados. Às raposas são-lhes cortadas as línguas e deixadas a sangrar até à morte. Os criadores recorrem a estes métodos de matança para que as peles fiquem intactas. Nem todos os animais morrem imediatamente -- alguns chegam a ser esfolados ainda com vida!
Embora seja legítimo o desenvolvimento de uma actividade económica da parte dos seres humanos, nada pode legitimar que o façam com a perda de vidas de outros seres, e muito menos com o exercício de práticas cruéis.


Número de animais usados para fazer um casaco de peles de comprimento médio:

125 arminhos
100 chinchilas
70 martas-zibelinas
50 martas canadianas
30 ratos almiscarados
30 sariguéias
30 coelhos
27 guaxinins
17 texugos
14 lontras
11 raposas douradas
11 linces
9 castores

Como ajudar

O homem primitivo caçava o necessário para a sua alimentação, e aproveitava as peles dos animais para se cobrir das intempéries. Hoje utilizam-se os animais para alimentar a vaidade de pessoas frívolas, que só pensam em satisfazer os seus caprichos, marcar a diferença social e exibir a fortuna. Porém, para se vestir elegantemente não é preciso contribuir para o horroroso sofrimento e morte de animais. Existem hoje lindíssimas peles sintéticas que imitam perfeitamente as genuínas.
A defesa dos direitos dos animais exige que sejam tomadas medidas concretas. Em todo o mundo, cada vez mais pessoas, muitas das quais conhecidas, tomam iniciativas contra o escabroso negócio das peles. Portugal não é excepção, a mentalidade está a mudar e muitas vezes um casaco de peles já é encarado como um sinal exterior de pobreza de espírito.

Junte-se a nós neste movimento e concretize uma ou mais das iniciativas que se seguem:

- Recuse-se a comprar produtos de pele;
- Escreva cartas para lojas e fornecedores, explicando o sofrimento que está por trás de cada casaco de peles;
- Apoie as lojas que não vendem peles;
- Colabore nas campanhas de sensibilização;
- Ensine os outros a respeitar todos os seres vivos.

Um comentário:

  1. Mas quanta crueldade! Só mesmo uma burguesia hipócrita participa de tal ato!
    Fico aqui com meu casaquinho de lã artificial!
    Abraços a ti!

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