quarta-feira, 29 de agosto de 2012

História da rã que não sabia que estava sendo cozida.

Da alegoria da Caverna  de Platão a Matrix, passando pelas fábulas  de La Fontaine, a linguagem simbólica  é um meio privilegiado para induzir à  reflexão e transmitir algumas idéias.
Olivier Clerc, nesta sua  breve história, através da  metáfora,  põe em evidência as funestas conseqüências da não  consciência da mudança que infeta nossa  saúde, nossas relações, a evolução social  e o ambiente.
Um resumo de vida  e sabedoria que cada um poderá plantar  no próprio jardim, para desfrutar de  seus frutos.
Olivier  Clerc, nascido em 1961  na cidade de Genebra,  na Suíça, é escritor,  editor, tradutor e conselheiro  editorial especializado nas  áreas de saúde, desenvolvimento  pessoal, espiritualidade  e relações humanas.  É também autor de  Médecine, religion et  peur (1999) e Tigre  et l’Araignée: les  deux visages de la  violence (2004).
Imagine uma  panela cheia de água fria, na qual  nada, tranquilamente, uma pequena  rã.
Um pequeno fogo  é aceso embaixo da panela, e a água  se esquenta muito lentamente.
(Fiquem  vendo: se a água  se esquenta muito lentamente,  a râ não se apercebe  de nada!)
Pouco a pouco,  a água fica morna e a rã,  achando isso bastante agradável, continua  a nadar,
A temperatura  da água continua subindo...
Agora, a água  está quente mais do que a rã pode  apreciar; ela se sente  um pouco cansada, mas, não obstante isso, não se amedronta.
Agora, a água  está realmente quente, e a rã  começa a achar desagradável, mas está muito  debilitada; então, suporta  e não faz nada.
A temperatura  continua a subir, até quando  a rã acaba simplesmente cozida e morta.
Se a mesma  rã tivesse sido lançada diretamente na  água a 50 graus, com um golpe  de pernas ela teria pulado imediatamente  para fora da panela.
Isto mostra  que, quando uma mudança  acontece de um modo suficientemente lento,
escapa à consciência  e não desperta, na maior parte  dos casos,reação alguma oposição alguma,  ou, alguma revolta.
Se nós olharmos  para o que tem acontecido em nossa  sociedade desde há algumas décadas, podemos  ver que nós estamos sofrendo uma lenta  mudança no modo de viver, para a qual nós estamos nos acostumando.
Uma quantidade  de coisas que nos teriam feito horrorizar  20, 30 ou 40 anos atrás,
foram pouco  a pouco banalizadas e, hoje, apenas incomodam  ou deixam completamente indiferente a maior  parte das pessoas.
Em nome do  progresso, da ciência e do lucro,  são efetuados  ataques contínuos às liberdades individuais,
à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver; efetuados lentamente,  mas inexoravelmente, com a constante  cumplicidade das vítimas, desavisadas e,  agora, incapazes de se defenderem.
As previsões  para nosso futuro, em vez de  despertar reações e medidas preventivas,  não fazem outra coisa a não ser  a de preparar psicologicamente as pessoas  a aceitarem algumas condições de vida  decadentes, aliás, dramáticas.
O martelar contínuo  de informações, pela mídia,  satura os cérebros, que não podem  mais distinguir as coisas...
Quando eu falei  pela primeira vez, destas coisas, era para um amanhã.
Agora, é para  hoje!!!
Consciência, ou  cozido, precisa escolher!
Então, se você não está, como a rã, já meio cozido, dê um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais.

NÓS JÁ ESTAMOS MEIO COZIDOS?
OU NÃO?

Olivier Clerc

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