“O desencarne não é uma perda”
O desencarne sempre foi uma questão que gerou controvérsias e discussões devido as crenças de cada religião e cultura. Mas o fato pode ser analisado sem qualquer ótica religiosa, ou seja, visto como algo natural, um ciclo da vida.
Vemos que a natureza, as estações do ano, os dias da semana, tudo é cíclico, inclusive o sol, nasce e morre todos os dias. Da mesma forma ocorre conosco.
Fomos educados a sofrer e temer a morte, vê-la como algo que termina com uma história feliz, gerando dor e sofrimento.
Ocorre que na condição de encarnados nosso discernimento e conhecimento espiritual, acerca das questões ligadas ao espírito, à alma, é muito pequeno diante da imensidão do grande Universo. Na vida carnal, cobertos pelo véu do esquecimento e influenciados pelo meio que nos cerca, muitas vezes esquecemos que somos seres espirituais, vivendo uma experiência na matéria e que a passagem terrena é provisória.
Nós não somos o corpo físico, estamos dentro dele, somos a alma. A estrutura orgânica é a morada de nossa consciência, que é claro, merece cuidados.
Nesta senda, o desencarne é a libertação do espírito, que estava preso, limitado a um corpo físico e sem consciência da imensidão do Todo. Não é o fim, mas a volta ao nosso lar.
Quando fazemos uma viagem, escolhemos o destino, preparamos a mala, nos organizamos e partimos. No astral, escolhemos a próxima vida, o local, a família carnal e nos dispomos a mais uma missão em busca de aperfeiçoamento da consciência.
Nós também somos espíritos, porém, o que nos diferencia daqueles que estão em outro plano é que estamos na matéria. Então quando terminamos nossa missão nesta existência, partimos para Casa.
Porém, somos egoístas, à medida que quando dá-se o desencarne de um familiar, um amigo, um parente, não conseguimos pensar que é o melhor caminho, que é o momento do retorno, que não é por acaso. E pensamos: o que EU vou fazer sem aquela pessoa? Como EU vou ficar sozinho? EU vou sentir saudades e tristeza, e agora? Sempre focamos em nós o que não pode deixar de ser visto como um certo egoísmo.
Fala-se inclusive em ?perda? do desencarnado, mas não perdemos nada. Até porque, não somos proprietários de nenhum semelhante, mas irmãos, partes integrantes do Todo.
É evidente que sentimos saudades, mas temos que compreender que a separação é temporária e já fomos e voltamos tantas vezes...
Além do mais, o mundo espiritual é muito sábio, pois há casos em que a pessoa encarnada não conseguiria mais evoluir, melhorar nesta vida e, mais tempo na carne geraria mais carma negativo para ser eliminado em outra existência. Dá-se assim, a volta para a Casa.
Quando percebemos que tudo é provisório, que o corpo físico não é eterno, ou seja, que já encarnamos e desencarnamos tantas vezes, muitas preocupações e interesses mesquinhos desaparecem, pois se começa a dar mais valor para outras questões, que são eternas.
E aqui quando me refiro a reencarnação da alma, que é eterna, não a vislumbro de forma religiosa, mas como uma lei natural do Universo, que está em evolução constante e com nós não poderia ser diferente.
Viemos para a escola terrena, aprendemos, erramos, superamos desafios e após voltamos para o Astral, onde nossa consciência se expande e nos mostra como foi nossa jornada na carne, isso de forma cíclica, até atingir a iluminação e não mais necessitar descer à Terra em um veículo carnal.
Ademais, como já foi dito acima, não existe a morte, mas apenas a libertação da matéria no momento oportuno, que é benéfica e necessária. Nunca morremos, apenas deixamos a estrutura orgânica e partimos para outras experiências em busca de conhecimento espiritual.
Após o desencarne, continuamos vivos e mais vivos do que nunca, pois com a consciência expandida e cientes do nosso propósito. Tudo que aprendemos na vida terrena, nossas lembranças, histórias, momentos de felicidade, os reencontros, os desafios, fazem parte de nossa alma e não desaparecem em função da libertação da matéria.
Diferente dos Grandes Mestres da Humanidade, que não mais necessitam encarnar, nossa alma ainda não é pura e a vinda para Terra é fundamental, pois somente aqui, na terceira dimensão, que até o momento é densa, podemos curar as inferioridades de nossa personalidade congênita.
Embora cada um tenha suas crenças, as quais devem ser respeitadas, o importante é nos vermos como almas em evolução e ao nos depararmos com o desencarne de um amigo ou familiar, compreender que tudo tem seu tempo certo e não é por acaso.
A separação é temporária e a saudade (que é natural) deve ser combatida com o envio de orações e luz para alma que partiu para o Astral. Tal proceder além de gerar compreensão para quem ainda vive na matéria, beneficia o desencarnado.
Por : Vivi Draghetti - Terapeuta Holística
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