Quase no fim do papado de João Paulo II, as autoridades de Israel solicitaram ao Vaticano uma audiência para o maior rabino judeu da época.
O papa, com a doença de Parkinson bastante avançada, quase não tinha condições de falar, porém, se fosse negada essa reivindicação, poderia criar nova barreira de separação entre o Judaísmo e o Catolicismo.
O papa concordou em receber o grande rabino.
No dia marcado, em audiência especial que deveria ser muito rápida, chegou o rabino e, diante dos jornalistas, da mídia, de entidades que estavam presentes, após saudar o papa, falou-lhe:
- Excelência, o curioso é que não o chamou de Santidade, que é o título que a Igreja lhe dá, eu gostaria de contar-lhe uma história.
“- No ano de 1942, quando a Polônia tombou totalmente na mão do Nazismo, em uma aldeia ao Norte, uma mulher cujos familiares foram para Auschwitz, o fatídico campo de extermínio, tinha um filho de dois anos, e ela logo se deu conta que ele ia na próxima remessa, mas era muito amiga de uma senhora católica.
Então, ela perguntou à mulher católica se ela seria capaz de receber o seu filhinho, criá-lo, e quando a guerra terminasse, se o mandaria para Israel, porque ela, a mãe, tinha a certeza que o seu filho tinha uma grande missão na Terra.
A senhora católica, muito comovida, sabendo que ela iria para o campo de extermínio hoje ou depois, concordou em tomar a criança, adotá-la e criá-la como filho.
Assim o fez. Tomou a criança, levou para a sua casa e menos de um mês depois, a senhora foi levada para o campo de Auschwitz, onde morreu.
Passaram-se os anos e a guerra terminou. A criança estava com seis anos, já no período de paz, quando a mãe adotiva católica fez um grande conflito.
Ela havia prometido que mandaria a criança para Israel, por ser um menino judeu, mas como católica ela tinha o dever de tornar a criança cristã e católica, porque, segundo o dogma, não sendo católico, vai para o Inferno. Ela amava tanto a criança que não desejava que a criança fosse para o Inferno.
Estabelecido o conflito, ela não encontrava uma resposta, porque havia prometido à mãe que a mandaria para um kibutz em Israel.
Então essa mulher sábia resolveu recorrer ao pároco da aldeia. Contou-lhe tudo, e ele disse:
- Mas seu dever, como católica, é batizar a criança e torná-la católica.
- Mas padre, eu prometi à mãe que a mandaria para Israel.
- Então o seu dever é mandar a criança para Israel.
E ela assim o fez. Mandou a criança, que foi adotada. Manteve a correspondência.
A criança cresceu e freqüentou escolas rabínicas. A senhora católica morreu na Polônia e aquela criança tornou-se um rabino, um rabino muito importante.
Aí, ele se voltou para o papa e disse:
- Excelência, aquela criança sou eu. Graças à grandeza dessa mulher católica, que atendeu ao apelo de minha mãe dizendo que eu teria uma missão no mundo, a minha missão é a fraternidade universal, eu aqui estou para agradecer ao gesto de tolerância, de misericórdia e de dever daquela mãe católica.
Houve um silêncio. As pessoas sorriram e ele disse:
- Mas eu ainda não terminei. Excelência, eu estou aqui porque aquele pároco era Vossa Excelência. Foi Vossa Excelência, ainda padre, jovem, que aconselhou a minha mãe católica a mandar-me para Israel. Então, eu venho agradecer-lhe porque foi graças à sua palavra, ao seu exemplo de amor e de união das raças e união das religiões, que eu sou hoje, no colégio rabínico, uma das pessoas mais importantes em teologia da Torá”.
O papa comoveu-se até as lágrimas e tentou voltar ao passado para identificar, mas não conseguiu, porque a sua vida havia sido rica de gestos de amor, embora a sua convicção formal da Igreja, a sua convicção de amor ao Cristo, que a todos abraçava, era maior do que os interesses políticos e sociais da religião abraçada.
Então os dois se abraçaram e o papa disse, com muita dificuldade:
- Muito obrigado.
E encerrou-se a audiência do papa João Paulo II com o rabino Meir Lau...
Tenho pesquisado muito qual a maior necessidade do ser humano, e todas as indicações são para o Amor.
A enfermidade que corrói boa parte da Humanidade é a falta de amor. O que mais se vê é muita, mas muita gente cultivando o desamor. Não amam nem a si mesmo, como Jesus ensinou, e daí vão “amar o próximo como a si mesmos...” Lamentável que assim seja...
Os exemplos de altruísmo, de amor imenso campeiam mundo afora. É só tentar segui-los, afinal, embora seja difícil aprender a AMAR, isso é possível, e mesmo não podendo de uma hora para outra virar expoentes máximos do amor, tal um João Paulo II, Chico Xavier, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, e tantos outros, ao menos podemos tentar...
Se a Humanidade está doente, o remédio é o AMOR...
linda situação, ótimo texto, realmente, também acho que só o amor é capaz de "curar as doenças da humanidade", abçs
ResponderExcluirÉ esse amor que precisamos aprender. Desprendimento, independente de cor, raça ou credo. Amar pelo simples fato de sermos semelhantes.
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