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sábado, 4 de agosto de 2012
Zazá
Zazá era uma cadela especial. Muito brava, rosnava sempre que algum estranho se aproximava. Tinha um bonito porte, e segundo Dona Maria, sogra do Tonhão, era mestiça com pastor alemão. Só sei dizer que ela impunha respeito.
Seus donos moravam numa casa na periferia de Grenita, uma grande cidade do sul do país. A vida era bem tranqüila, mas nos últimos tempos, começaram a proliferar os assaltos na região. Mais parecia que os ladrões haviam migrado da capital, São Carlos de Boni, para lá.
A casa do Tonhão era totalmente murada, o que dava à sua família uma relativa segurança. Além disso, Zazá tinha sua missão de guardiã.
Numa fria madrugada de inverno, na calada da noite, Raposão, famoso assaltante da capital, aproximou-se daquela propriedade, e começou a sondar o local. Pela sua experiência, roubar aquela residência ia ser moleza, pois faltavam grades de segurança, alarmes e cacos de vidro no muro.
"Vai ser uma 'barbada'. Qualquer ladrãozinho 'pé-de-chinelo' faz o serviço.", pensou o larápio.
Estava tão fácil que Raposão foi até displicente. Com a agilidade de um felino pulou o muro, e mal havia aterrissado no quintal da casa, foi surpreendido com uma dolorosa mordida na perna direita. Raposão conseguiu, milagrosamente, desvencilhar-se dos dentes da Zazá, subindo apressadamente na goiabeira, ao lado do jardim.
A cadela, então, começou a latir, e seu latido podia ser ouvido a centenas de metros dali.
Dentro da casa, Tonhão roncava pesadamente, mergulhado em sono profundo. Mas o latido da cachorra, mais forte que o seu próprio ronco, começou a incomodá-lo, até que ele acordou, irritado. Ainda sonado, pensava, contrariado: " O que será que está havendo? Porque ela está fazendo essa barulheira?"
Completamente transtornado, irado mesmo, sentia o som emitido pela cadela latejando em sua cabeça.
O ladrão, por sua vez, assustado em cima da árvore, tentava inutilmente alcançar o muro, andando pelos galhos, e quanto mais ele se mexia mais a Zazá latia.
Tonhão, numa explosão de ódio, levantou-se, apanhou seu revólver em cima da cômoda, foi até o quintal e matou a cachorra.
Do livro: A Magia da Linha do Tempo - Cid Paroni Filho - Ed. Lúmen
Nesta estória encontra-se, para além de outras características,a falta de atenção por parte do dono de Zazá. Ela fazendo seu,normal,trabalho acaba morta,por consequência da falta de atenção do momento,do seu dono.
ResponderExcluirTodas as Nossas desatenções diárias acabam em desastrosas consequências. O melhor é atendermos a todos os sinais existentes em Nosso redor.
Abraço e obrigado.
Esquisito!
ResponderExcluirComo pode ver alguns humanos fazem coisas que fogem ao nosso entendimento,como pode?
A cachorrinha estava cuidando da casa e mereceu um tiro?
E mesmo que não estivesse, latido é coisa de cão!
Nada justifica um dono matar o seu animal!
Este homem foi desatencioso, desumano e cruel!
Merecia ficar com o ladrão dentro de casa!
Abraços
Olá amigo Delso! Quanto tempo não é mesmo?
ResponderExcluirFiquei hipnotizada pela história narrada, mas não apreciei o final. O final foi muito infeliz!
Como pode, o próprio dono da Zazá, tão bonitinha e fiel cadela de guarda e protetora da casa receber um tiro assim, desta maneira?
Sabe amigo, muito bem narrada a história! Mas parece que sempre queremos que seja como nos contos de fada: que tenha um final feliz! Mas a realidade é outra, muito dura e a crueldade natural das pessoas desponta com muito mais força do que a compreensão e atos de bondade.
Obrigada por postar, as vezes precisamos de um choque de realidade!
Abraços e ótima semana!
Na verdade isso essa e uma prova de que armas não combinam com vida!
ResponderExcluirNos dias de hoje esta pior a cada dia a intolerância.
O que vemos todos os dias e que alguém em fúria feis isso ou féis isso ou aquilo devemos ter Deus dentro do coração na boca nos olhos em tudo só ele pode salvar de do que tem dentro de cada um ser!
Nos seres humanos estamos nos comportando pior que os animais!
As vezes eu pergunto vale a pena apostar tanto no ser humano, parou de aprender com os erros dele ou dos outro,