segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Espetáculo da Vida

Que você seja um grande empreendedor. Quando empreender, não tenha medo de falhar. Quando falhar, não tenha receio de chorar. Quando chorar, repense a sua vida, mas não recue. Dê sempre uma nova chance para si mesmo.

Encontre um oásis em seu deserto. Os perdedores vêem os raios. Os vencedores vêem a chuva e a oportunidade de cultivar. Os perdedores paralisam-se diante das perdas e dos fracassos. Os vencedores começam tudo de novo.

Saiba que o maior carrasco do ser humano é ele mesmo. Não seja escravo dos seus pensamentos negativos. Liberte-se da pior prisão do mundo: o cárcere da emoção. O destino raramente é inevitável, mas sim uma escolha. Escolha ser um ser humano consciente, livre e inteligente.

Sua vida é mais importante do que todo o ouro do mundo. Mais bela que as estrelas: obra-prima do Autor da vida. Apesar dos seus defeitos, você não é um número na multidão. Ninguém é igual a você no palco da vida. Você é um ser humano insubstituível.

Jamais desista das pessoas que ama. Jamais desista de ser feliz. Lute sempre pelos seus sonhos. Seja profundamente apaixonado pela vida. Pois a vida é um espetáculo imperdível.

Augusto Cury

domingo, 13 de abril de 2014

Você Vai Conseguir

Você Vai Conseguir
Se Deus é nossa força, nosso socorro, nossa ajuda, não devemos temer e nem desanimar. Se Deus nos ajudar, nós iremos conseguir.

Você Vai Conseguir

Se você encontrar um caminho que não apresenta nenhum obstáculo, saiba que esse caminho não irá levá-lo a lugar nenhum. - Frank Clark

O desafio que você tem hoje diante do seu horizonte por acaso lhe parece algo intransponível? A realidade é que ele não é tão difícil de superar como aparenta ser. De fato, uma vez que você o supere, ele já não irá lhe parecer difícil. Isso porque, no processo de superá-lo você irá aprender, aprimorar-se, crescer e se tornar muito mais forte, decidido e autoconfiante.

Você Vai Conseguir

Imagine agora, apenas por alguns momentos, que você já superou esses desafios. Consequentemente, como resultado dessa experiência você se tornou mais competente. Você atingiu um nível mais elevado de sabedoria, força e eficiência, e até mesmo um saudável atrevimento.

Portanto, confiando na graça maravilhosa do nosso Deus, encare com coragem, determinação, persistência e disciplina esse novo desafio que está à sua frente. A vitória é sua. Você irá superá-lo, e ao superá-lo, novos magníficos valores serão acrescentados à sua existência.

Você vai conseguir !

Se você acha que pode você está certo, se você acha que não pode você também está certo. - John Rockfeller

Você pode surpreender alguém com um sincero ato de bondade que é totalmente inesperado e completamente prazeroso. Você pode dar a mão a alguém e dar uma palavra de encorajamento a aqueles que mais necessitam.

Você pode focalizar um alvo e fazer tudo que é necessário para alcançá-lo. Você pode tomar um momento aparentemente comum a todos os outros e enchê-lo de um valor extraordinário. Você pode perdoar. Você pode apreciar.

Você Vai Conseguir

Salmos 70:1 Apressa-te, ó Deus, em me livrar; SENHOR, apressa-te em ajudar-me.

Você pode expressar a si mesmo e você pode ouvir quem precisa ser ouvido. Você pode ensinar e você pode aprender.

Você pode olhar para um determinado problema e nele encontrar uma positiva oportunidade. Você pode ver o que está errado com uma determinada situação e tomar os passos corretos para corrigi-la.

No final deste dia o seu mundo pode ser bem diferente do que começou. Por quê? Porque você sempre pode fazer uma positiva diferença.

Você Vai Conseguir

Tudo posso naquele que me fortalece. Filipenses 4:19

Lute e acredite que Deus te dará forças. O Senhor quer que você vença. VOCÊ VAI CONSEGUIR

Salmos 54:4 Eis que Deus é o meu ajudador

Hebreus 13:6 E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador.

Deus está com você. VOCÊ VAI CONSEGUIR!

(Cruzada Vitória em Cristo)

sábado, 12 de abril de 2014

A presença do amor

Os passageiros do ônibus olhavam com compaixão a jovem mulher com a bengala branca enquanto ela cuidadosamente subia os degraus. Ela pagou a passagem e com suas mãos localizou o assento vazio que o motorista indicara. Então, sentou-se colocando sua pasta no colo e descansou a bengala contra a perna.

Fazia um ano desde que Susan, 34 anos, ficara cega. Devido a um erro de diagnostico medico havia perdido a visão e foi lançada repentinamente em um mundo de escuridão, raiva, frustração e pena de si mesma. Outrora independente, agora Susan estava condenada por essa tragédia do destino a tornar-se um fardo impotente, desamparada.
- Como isto pôde ter acontecido comigo? ela dizia, com o coração mergulhado em amargura.

Não importando quanto lamentasse ou rezasse, sabia que sua dor não poderia trazer de volta sua visão. Uma nuvem de depressão rondou seu espirito, outrora otimista. Cada dia, viver era um exercício de frustração e esgotamento.

E tudo o que ela tinha a que se agarrar era seu marido, Mark, um oficial da Força Aérea que a amava com todo seu coração.

Quando ela perdeu sua visão, ele a olhou e sentindo o desespero da esposa, determinou-se a ajudá-la a recuperar a força e confiança que ela precisava para tornar-se independente novamente. A experiência militar de Mark havia treinado-o para lidar com situações delicadas e ele sabia que aquela seria a mais difícil batalha que ele teria que enfrentar.

Finalmente, Susan sentia-se preparada para retornar a seu trabalho, mas como fazê-la chegar até lá? Ela costumava pegar o ônibus, mas agora estava muito amedrontada para andar pela cidade sozinha. Mark ofereceu-se para levá-la de carro diariamente, embora eles morassem no lado oposto da cidade. No principio, Susan sentiu-se confortada e isso satisfez a necessidade que Mark sentia de ajudar sua esposa cega que sentia-se tão insegura sobre executar as tarefas mais simples. Logo, no entanto, Mark percebeu que isso não estava funcionando - além de conturbar o horário, ainda estava saindo caro. Ele admitiu a si mesmo que Susan teria que começar tomar o ônibus novamente. No entanto, apenas o fato de ter que mencionar isso a ela fez com que ele sentisse-se incomodado. Ela ainda sentia-se fragilizada e com raiva. Como ela reagiria?

Como Mark previra, Susan ficara horrorizada à ideia de ter que tomar o ônibus novamente.
- Eu estou cega!, ela respondeu amargamente. Como posso saber onde estarei indo? Eu sinto como se você estivesse abandonando-me!

O coração de Mark quebrou-se ao ouvir estas palavras, mas ele sabia o que deveria ser feito. Prometeu a ela que a cada manha e a cada noite ele a acompanharia até o ponto de ônibus, até que ela sentisse-se capaz de fazer por si mesma. E foi exatamente isso o que aconteceu.

Durante duas semanas, Mark vestiu seu uniforme militar e acompanhou Susan quando ela ia e vinha do trabalho. Ele ensinou-lhe como confiar em seus outros sentidos, especialmente na audição, para determinar onde ela estava e como adaptar-se a seu novo ambiente. Ele a ajudou a ser amiga do motorista de ônibus que poderia ajudá-la a encontrar um assento. Ele a fez rir, mesmo naqueles dias difíceis quando ela tropeçava nos degraus do ônibus ou derrubava sua pasta.

A cada manha, eles faziam o mesmo caminho juntos e Mark pegava um taxi de volta para seu trabalho. Embora essa rotina fosse mais cara e cansativa que a anterior, Mark sabia que era apenas uma questão de tempo até que ela pudesse pegar o ônibus por si só. Ele acreditava nela, na Susan corajosa que enfrentava qualquer desafio, a Susan que conhecera antes de ela ter perdido a visão.

Finalmente, Susan decidiu que estava pronta para experimentar a viagem sozinha. A manha de segunda-feira chegou e antes de partir, ela abraçou Mark, seu guia de ônibus, seu marido e melhor amigo. Seus olhos estavam molhados pela gratidão, paciência, lealdade e amor que ele lhe devotava. Ela disse tchau e pela primeira vez eles seguiram caminhos separados.

Segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira...cada dia ela pegava o ônibus sozinha e sentia-se muito bem.

Na Sexta-feira pela manha, Susan pegou o ônibus como normalmente havia feito desde o inicio da semana. Enquanto estava pagando a passagem, o motorista disse-lhe,
- Eu realmente a invejo.

Susan não tinha certeza se o motorista havia falado com ela. Afinal de contas, quem em sã consciência teria inveja de uma mulher cega que durante o ultimo ano estivera lutando para encontrar coragem para viver?
Curiosa, perguntou ao motorista:
- Porque diz que me inveja?

O motorista respondeu-lhe
- Deve ser muito bom ser tão cuidada e protegida como você é.

Susan não tinha ideia sobre o que ele estava falando e perguntou
- O que o senhor quer dizer com isso?

O motorista respondeu-lhe:
- A senhora sabe, todas as manhãs dessa ultima semana, um bonito cavalheiro num uniforme militar tem lhe observado enquanto a senhora sai do ônibus. Ele se assegura de que a senhora atravessa a rua de forma segura e de que entra naquele prédio comercial. Então, ele lhe lança um beijo, faz um aceno discreto e vai embora. A senhora é uma pessoa abençoada.

Lagrimas de felicidade rolaram pelo rosto de Susan, pois ela não podia vê-lo mas ela sempre sentiu a presença de Mark. Ela era realmente uma pessoa abençoada, pois ele havia dado-lhe um presente muito mais poderoso que a visão, um presente que ela não precisava ver para acreditar - o presente do amor que pode trazer a luz a qualquer lugar onde haja escuridão.

Texto de J.Malthi

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O desconhecido tatuado

Ele era assustador. Sentado na grama com seu cartaz de papelão, seu cão (realmente seu cão era adorável) e tatuagens por ambos os braços e pescoço. Seu cartaz anunciava que estava cansado e com fome e pedia ajuda.

Eu me sinto compelida a ajudar qualquer um que necessite. Meu marido, ao mesmo tempo, adora e odeia esta minha "qualidade". Isto, freqüentemente, o faz nervoso, e eu sabia que se me visse naquele momento, ele ficaria nervoso. Mas ele não estava comigo.

Eu arranquei vagarosamente a camionete e através do retrovisor, contemplei aquele homem, com tatuagem e tudo. Talvez quarenta anos... Usava uma daquelas bandanas amarrada sobre a cabeça, estilo pirata. Qualquer um poderia ver que ele estava sujo e tinha a barba bagunçada. Mas se você olhasse bem de perto, veria que suas coisas estavam bem organizadas em um pequeno pacote. Ninguém parava para ele. Eu via que os outros motoristas davam uma rápida olhada e já prestavam atenção em outra coisa - qualquer outra coisa.

Estava muito quente. Eu podia ver nos olhos do homem como deprimido e cansado se sentia. O suor escorrendo pelo rosto, enquanto eu estava com o ar condicionado ligado.

Eu peguei minha bolsa e tirei uma nota de dez dólares. Nick, meu filho mais velho, com doze anos, sabia exatamente o que eu estava querendo fazer.
- Posso levar para ele, mãe?
- Sim, mas tenha cuidado. Eu o adverti e lhe entreguei o dinheiro. Eu prestei atenção, pelo espelho, enquanto meu filho se aproximou do homem, e com um sorriso tímido, lhe entregou o dinheiro. Eu vi o homem, assustado, levantar-se, pegar o dinheiro e guardar no bolso de trás.
- Bem, - Pensei comigo mesma - pelo menos agora ele poderá comer alguma coisa.

Me senti satisfeita e orgulhosa de mim mesma. Eu tinha feito uma boa ação e agora eu poderia continuar meu dia.

Quando Nick voltou ao carro, olhou-me com tristeza, os olhos suplicantes,
- Mãe, o cachorrinho está com muito calor.

Eu sabia que tinha que fazer mais. E pedi à Nick,
- Volte e diga-lhe para ficar por ali, estaremos de volta em 15 minutos.

Nick saiu do carro e correu até o desconhecido tatuado. Eu pude notar como o homem estava surpreso. Mas concordou.

Corremos até o supermercado mais próximo. Compramos alguma comida; um saco de ração e uma vasilha para água para o cachorrinho; duas garrafas de água (uma para o cão, uma para o Sr. Tatuagem) e mais alguns biscoitos para o homem.

Voltamos rapidamente ao ponto onde o deixamos, e lá estava ele, esperando imóvel. E ninguém mais parava para ele. Com as mãos tremendo, eu agarrei os sacos e sai do carro, todas as minhas quatro crianças seguiram-me, cada uma carregando um "presente". Enquanto andávamos até ele, eu tive um pequeno receio: e se ele for perigoso?

Quando olhei em seus olhos vi algo que me assustou e me deixou envergonhada por meu julgamento. Eu vi lágrimas. Ele lutava, como um menino, para segurar as lágrimas.

Há quanto tempo ninguém mostra alguma bondade com este homem? Eu disse a ele que eu esperava que não estivesse muito pesado para ele carregar e mostrei o que tínhamos trazido. Ele parecia uma criança no Natal. Quando peguei a vasilha para água, ele a arrebatou de minhas mãos como se fosse ouro e me disse que não tinha como dar água a seu cão.

Meus olhos encheram-se de lágrimas quando ele disse
- Madame, eu nem sei o que dizer. Então colocou as mãos sobre a cabeça e começou a chorar. Este homem, este homem "assustador", era tão delicado, tão doce, tão humilde.

Eu sorri, me segurando e disse
- Simplesmente não diga nada.

Enquanto nos afastávamos, pude percebê-lo ajoelhado, os braços em torno de seu cão, beijando seu focinho e sorrindo.

Eu tenho tanto... Minhas preocupações agora me parecem tão tolas e insignificantes. Eu tenho um lar, um bom marido, quatro belas e sadias crianças. Eu tenho uma cama confortável. Eu gostaria de saber onde aquele homem dormiria à noite.

Minha filha, Brandie virou-se para mim e disse com a voz muito doce,
- Mãe, estou me sentindo tão bem...

Embora pareça que nós tenhamos ajudado, o homem com suas tatuagens é que nos deu um presente do qual jamais me esquecerei.

Ele ensinou que não importa a aparência, dentro de cada um de nós existe um ser humano merecedor de bondade, de compaixão, de aceitação.

A cada noite eu oro para o homem com as tatuagens e seu cão. E eu espero que, ao longo de minha vida, Deus envie mais pessoas como ele para me lembrar do que é realmente importante.

Texto de Susan Farr Fahncke

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A semente e o fruto

A natureza sempre nos oferece grandes e belos ensinamentos,
basta que prestemos atenção nos mínimos detalhes.
É o caso, por exemplo, da semente e do fruto.
E, quando falamos em semente e fruto, logo nos vem à mente
a  germinação das sementes de trigo, milho, feijão entre outras.
Mas não são só essas sementes que nascem e frutificam.
As sementes do bem e do mal que espalhamos germinam  também
com toda certeza e precisão.
Há sementes de germinação rápida, como a da couve, por exemplo,
e há outras de germinação lenta, como a do carvalho.
Todas, porém, nascem, crescem e dão fruto em seu devido tempo.
O mesmo acontece com a sementeira do bem e do mal.
Algumas  sementes nascem de pronto, outras são de germinação tardia.
A terra não guarda nenhuma semente viva em seu seio: todas as
que ali são lançadas dali surgem com seus respectivos frutos.
Fenômeno semelhante ocorre no terreno espiritual: o bem ou o mal,
a  verdade ou a mentira, o amor ou o desamor, a justiça ou a
injustiça, uma vez semeadas, nascerão fatalmente e darão frutos
conforme suas respectivas espécies, uma árvore boa não dá frutos
maus e uma árvore má não pode dar bons frutos. E não se colhem
figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos abrolhos.
Tudo isso quer dizer que o que semeamos hoje, colheremos logo
mais, assim como a colheita de hoje resulta do plantio feito
no passado, que  pode ser próximo ou remoto.
É por essa razão que são necessárias várias existências para
plantar e colher, preparar o solo e semear novas sementes.
E essa lei de causa e efeito, ou de ação e reação, tem por
finalidade o  progresso intelectual e moral do homem.
Quando colhemos os frutos amargos das semeaduras infelizes,
aprendemos a selecionar melhor as sementes para os plantios
futuros, e é isso que deus espera de cada filho seu.
Portanto, pela semeadura de hoje podemos precisar como será
nossa  colheita futura.
Afinal, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Tratemos, pois, de tomar os devidos cuidados com as sementes
que estamos lançando no solo nos dias atuais.


Baseado no livro "Em Torno do Mestre"

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Uma lição que ficou

Eu estava em pé, enquanto escutava as duras palavras de meu pai.

Ele tinha nos reunido em nosso quintal e tinha o olhar sério quando nos mostrou aquilo que um de nós fez de errado.
- Qual de você fez isto? Ele perguntou.

Todos nós olhamos para baixo, para o chão onde tinha uma arte de uma criança feita com letras em giz.

Eu estava, tremendo por dentro e torcendo para que ninguém percebesse. Será que ele sabe que fui eu? Eu queria saber. Mas, assustado, as únicas palavras que vieram à minha boca foram:
- Não fui eu, papai.

Os outros negaram também. Claro que nós sabíamos quem tinha feito. Mas eu, sendo o mais jovem e menor dos três, não tinha coragem para falar a verdade. Não que eu fosse uma criança ruim. Mentir não era normal para mim. Mas o olhar no rosto de meu pai fazia subir um frio por minha espinha e de alguma maneira eu não pude falar.

Ele tinha um jeito especial quando eu era criança que me deixava com medo dele. Mas eu o amei também por isto, porque me deu meus limites, meus limites do que eu podia e do que não podia fazer. Claro que eu queria agradá-lo. Talvez por isso é que eu segurei a verdade. Eu tinha medo de desagradar.

Sem dizer uma palavra, ele desapareceu durante alguns minutos e voltou com um pedaço de papel e um lápis. Ele estava determinado a encontrar o culpado!
- Eu quero que cada um de vocês escrevam exatamente o que vocês vêem no chão.

Eu não era uma criança estúpida e quando chegou a minha vez, eu escrevi deliberadamente com letras diferentes. Assim quando meu papai comparou a letra, ele ainda não podia saber qual de nós tinha feito aquilo.

Frustrado, ele estava em pé, um passo à nossa frente, olhando para suas três pequenas crianças.
- Eu vou lhes dar mais uma chance para confessar.

Ele continuou esperando por alguns instantes, mas para mim parecia uma eternidade. Não surpreendentemente, nem meu irmão e nem minha irmã falaram. Por que deveriam? Fui eu que fiz.
Eu deveria falar? Já seria muito tarde? Ele está furioso! Então, novamente, eu segurei a língua.

- Bem, se alguém tivesse falado quando perguntei, não haveria nenhum castigo.

Oh, não! Eu perdi minha chance! Mas agora também é tarde. Estúpido, estúpido, estúpido! Eu deveria ter confessado!

- Considerando que nenhum de vocês parece ter feito isto, então todos vocês ganham uma surra.

O que?! Eu fiquei parado lá e não disse nada. A última coisa que eu queria era uma surra!

- Eu fiz isto! Alguém disse e eu estava bem seguro de que não era eu.

Eu dei uma olhada para ver minha irmã avançar. Huh? Ela fez isto? Não, ela não fez porque eu fiz. Por que ela estava levando a culpa por algo que eu tinha feito? Me sentindo culpado, contudo ainda assustado, eu continuei parado, sabendo que minha irmã ia ser surrada por algo que eu fiz. E eu deixei isto acontecer. Eu não falei nada.

Nós não falamos mais sobre aquele dia. Não até que nós estivéssemos mais velhos e eu saber que estava seguro para finalmente falar para meu pai que realmente fui eu o autor da arte.

Por aquele tempo, eu entendi porque minha irmã apanhou no meu lugar. Ela tinha se tornado minha protetora, minha guardiã, minha melhor amiga. E preferiu sentir bastante dor do que me ver sofrer.

Hoje, brincamos sobre isto - todos nós, incluindo minha irmã. E como eu sempre me senti culpado, aquela foi a última vez que eu deixei qualquer um levar a culpa por mim.

Quando eu me lembro daquele dia, eu sei que aprendi o valor de família, de uma irmã que faria qualquer coisa por mim. E eu sei agora que faria o mesmo por ela.

Lynn Lombard

terça-feira, 8 de abril de 2014

De tudo ficaram três coisas

A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos
antes de terminar...

PORTANDO DEVEMOS:

Fazer  da  interrupção  um  caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

Quando as coisas não mudam ao nosso redor,
algo dentro de nós adormece, e dificilmente
volta a despertar.




Fernando Sabino

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Uma história de vida

Meu cunhado abriu a última gaveta  da cômoda e  retirou um
pacote embrulhado com papel de seda."Isto", ele disse, "não
é combinação. Isto é uma lingerie".

Ele desembrulhou  e entregou-me  a peça. Era linda, de seda,
feita à mão e bordada com rendas. A etiqueta de preço ainda
estava afixada na peça.

Disse ainda: "Jan comprou-a na primeira vez que estivemos
em New York, há uns 8 ou 9 anos atrás. Ela nunca usou. Ela
estava guardando-a  para uma  ocasião especial. Bem, acho
que agora é a ocasião".

Ele  pegou a  peça das  minhas mãos  e colocou-a  na cama
junto com as outras roupas que  separamos  para levar  à
funerária. Ele  acariciou a peça por um momento, bateu a
gaveta, virou-se para mim e disse: "Nunca guarde nada para
uma ocasião especial. Todo dia é uma ocasião especial".

Fiquei  relembrando  aquelas  palavras  durante  o  funeral
e os dias que se seguiram, quando os ajudei, ele e a minha
sobrinha, a superar a tristeza que segue uma morte inesperada.
 Fiquei pensando neles durante o vôo de volta para
a Califórnia.

Pensei  em todas  as coisas que a  minha irmã  não pode  ver,
ouvir  ou fazer. Pensei nas coisas que ela fez sem perceber
como elas foram  especiais. Ainda continuo pensando nas palavras
dele, elas mudaram a minha vida.

Estou lendo mais e espanando menos. Fico sentada na cadeira admirando
a vista do jardim sem a neura de ficar arrancando as ervas daninhas.

Estou gastando mais tempo com a minha família e amigos e menos
tempo em reuniões de comitês.

Sempre que possível,a vida deveria ser uma experiência a ser
saboreada, e não uma prova.

Estou tentando reconhecer esses momentos e usufruí-los. Não estou
"guardando" nada; usamos  todas as nossas porcelanas chinesas e os
cristais para todos os eventos especiais  como  perder  alguns
quilos, consertar um vazamento da pia, para a primeira florada das
camélias. Visto o meu "blazer" preferido para ir ao mercado quando
sinto vontade.

Minha teoria é: se sinto que está sobrando dinheiro, gasto $28,49
em um pequeno pacote de guloseimas sem pestanejar. Não estou guardando
o meu melhor perfume para festas especiais;  os caixas em lojas e
atendentes em bancos tem narizes que funcionam tão bem quanto os dos
meus amigos de festas.

"Algum dia" e "um dia desses" estão perdendo a importância no meu
vocabulário. Se for útil ver,ouvir e fazer,quero ver,ouvir e fazer agora.

Não  sei o que  a minha irmã  teria feito se soubesse que estaria aqui
para o amanhã a que a todos nós foi permitido. Acho  que ela teria
ligado para todos da família e alguns  amigos íntimos. Poderia  ter
ligado para antigos amigos para se desculpar e reparar brigas do passado
sem importância. Penso que ela teria ido jantar em um restaurante chinês,
sua comida preferida.

Estou supondo...nunca saberei...

São  essas pequenas  coisas  deixadas  sem fazer  que me  deixariam
brava se soubesse que  meu tempo  seria limitado.  Brava por ter,
algum dia, cancelado encontros com bons amigos. Brava por não ter
escrito cartas que pretendia ter escrito. Brava e  arrependida por
não ter dito mais freqüentemente ao meu marido e à minha filha o
quanto eu realmente os amo.

Estou  tentando  muito  não  adiar,  impedir  ou  guardar  alguma
coisa  que proporcione alegria e brilho às nossas vidas. E  toda
manhã, quando abro os olhos, digo a mim mesma que isso é especial.
Todo dia, todo minuto, tudo suspiro é realmente...
um presente dos céus.

Autora: Ann Well, do Los Angeles Times.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A sabedoria é o equilíbrio

Um paciente de 32 anos procurou um terapeuta para que ele pudesse ajudá-lo com o seu problema.

No dia marcado o paciente falou:
- Preciso de ajuda, não consigo parar de chupar o dedo.

O Terapeuta, com a tranqüilidade de quem sabe respondeu:
- Não ligue para isto, mas chupe um dedo diferente a cada dia da semana.

A partir deste momento, o paciente, toda vez que levava a mão a boca , era instintivamente obrigado a escolher o dedo que devia ser objeto de sua atenção naquele dia.

Antes que a semana terminasse ele já estava curado.

Com esta estorinha aprendemos que quando temos um hábito, torna-se difícil lidar com ele porque é uma rotina, um automatismo, mas, quando ele passa a nos exigir atitudes novas, decisões, escolhas, então temos consciência de que não vale tanto esforço para mantê-lo.

"A sabedoria é o equilíbrio do discernimento com o amor na manifestação da consciência"

Desconheço o autor

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Todo mundo tem um sonho

Alguns anos atrás eu assumi um serviço na assistência social da cidade. E o que eu queria fazer era mostrar que todos, se unidos e compartilhando obstáculos, têm a capacidade para se realizar. Selecionei um grupo de pessoas assistidas pelo serviço e as reunia em grupo, por três horas, todas as sextas-feiras.

A primeira coisa que eu disse ao grupo, depois de um aperto de mão com todos, foi:
- Eu gostaria de saber quais são os seus sonhos.

Todos me olharam como um grande excêntrico.

- Sonho? Nós não temos sonhos.

Uma mulher disse
- Como posso pensar em sonhos? Os ratos estão comendo as minhas crianças.

- Oh, eu disse. Isso é terrível. Não, claro que não, você está mesmo muito envolvida com os ratos e suas crianças. Como posso lhe ajudar?

- Bem, eu preciso de uma porta de tela porque há muitos buracos em minha porta.

Eu perguntei,
- Tem alguma pessoa aqui que sabe instalar uma porta de tela?

Havia um homem no grupo, e ele disse,
- A muito tempo atrás eu fiz alguns serviços desse tipo mas agora estou sem prática, mas eu poderia tentar.

- Vou lhe dar um pouco de dinheiro para que você compre o material necessário e conserte a porta desta senhora. Você acha que dá para fazer?

- Sim, eu vou tentar.

Na sexta-feira seguinte, quando o grupo estava reunido, eu perguntei à mulher,
- Bem sua porta foi consertada?

- Oh, sim. Ela disse.

- Então nós podemos começar a sonhar, não podemos?

Ela me lançou um sorriso.

E eu perguntei ao homem que fez o serviço,
- E você? Como se sente?

Ele disse,
- Bem, muito bem! Você sabe, é uma coisa muito engraçada. Foi terminar o serviço e eu comecei a me sentir muito melhor.

Isso ajudou o grupo a começar a sonhar. Este aparentemente pequeno sucesso permitiu ao grupo ver que os sonhos não eram insanos. Estes pequenos passos começaram a mostrar as pessoas que elas poderiam fazer acontecer.

Perguntei sobre os sonhos das outras pessoas. Uma mulher disse que gostaria de ter uma babá.
- Eu tenho seis crianças, e eu não tenho ninguém com quem deixa-las enquanto estou fora.

- Vamos ver! Eu disse. - Tem alguma pessoa neste grupo que pode tomar conta de seis crianças por um ou dois dias por semana enquanto esta mulher faz um treinamento aqui na faculdade da comunidade?

Uma outra mulher respondeu
- Eu tenho crianças também, mas eu posso fazer isso.

- Façamos isto, eu disse. Assim um plano foi criado e a mulher pode ir à escola.

Todo o mundo sabe alguma coisa. O homem que consertou a porta de tela se tornou um biscateiro. A mulher que alojou as crianças iniciou um trabalho de babá para todos que precisassem. Em 12 semanas eu pude ver todas estas pessoas fora do serviço de assistência social. E só com o fato de entenderem ser possível realizar. Basta crer e tentar.

Tradução de Sergio Barros
do texto de Virgínia Satir

terça-feira, 1 de abril de 2014

Lição oportuna

O Dr. Albertino Silvério era conhecido advogado. Homem de invejável cultura. Conhecimento profundo e variado. Em particular, achava-se autoridade em assuntos sócio-econômicos

Era contudo, refratário a qualquer tipo de assistência social. Não aceitava. Achava inútil.
- Não acredito em beneficência diminuta. Caridade gota a gota não resolve. Prefiro soluções radicais.
- Não é o que penso, Silvério. A caridade, mesmo pequenina, é sempre ajuda a alguém.

Quem respondia era o Doutor Fontes, abnegado amigo dos sofredores.

Silvério, no entanto, continuava:
- Um copo de leite, por acaso, banirá do mundo a fome? Um cobertor ou uma veste resolverá, por ventura, a angústia da nudez? Isso é assunto de governos e não serão alguns poucos bem intencionados que irão solucioná-lo.

A conversa prosseguia, quando passa um jovem anunciando o jornal da tarde.

Silvério chama-o. Deseja o jornal. Rebusca o bolso e só encontra dinheiro alto. Não há troco.

Nesse instante, porém, o doutor Fontes, tomando a quantia necessária e pagando o jornal, aproveitou a lição:
- Veja, Silvério, o que a própria vida nos mostra. Ninguém nega o bem inestimável, que os grandes recursos, governamentais ou não, carreiam. Obras imensas. Doações fartas. Entretanto, é preciso convir que há passagens estreitas, que apenas a ajuda humilde e pequena transpõe.

- Para a compra do jornal agora o dinheiro de alto valor de que você dispõe só seria útil, se fracionado em valores menores e múltiplos. Assim ocorre também na assistência social. O muito realiza muito de uma só vez, mas o pouco feito com persistência e amor pode ser, em ocasiões, a única solução disponível para grandes problemas.

Silvério compreendeu o ensinamento e mudo de espanto frente à lógica do amigo, iniciou, silenciosamente, a leitura das notícias.

Antônio Baduy Filho em "Histórias da Vida"